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A nossa mente está sequestrada?

Christoph Türcke fala sobre como vivemos numa sociedade sempre “ligada no máximo”, cheia de estímulos e distrações. Redes sociais, séries, apps… estamos sempre à procura de prazer imediato e de emoções rápidas, sem parar para pensar de verdade.

Ele diz que essa busca constante por excitação torna a vida superficial e faz-nos fugir de questões mais profundas sobre quem somos e o que realmente importa. A saída? Desacelerar, refletir mais e valorizar momentos de silêncio, partilha real e introspeção.

Espelho meu, espelho meu! A ler A nossa mente está sequestrada? 3 minutos

Vamos filosofar?

O livro Sociedade Excitada: Filosofia da Sensação, do filósofo alemão Christoph Türcke, apresenta uma análise crítica da sociedade contemporânea, marcada por uma intensa estimulação sensorial e por uma busca incessante de prazer imediato. Türcke defende que vivemos numa era em que a sensação se tornou um valor central, constantemente estimulada pelos meios de comunicação e entretenimento. Esta "excitação" constante, segundo o autor, conduz a experiências superficiais e a uma dificuldade em desenvolver reflexão profunda.

O autor discute também como esta procura de sensações intensas pode ser encarada como uma forma de distração, afastando os indivíduos de questões existenciais mais profundas e da compreensão genuína de si próprios e do mundo à sua volta. Para superar esta condição, Türcke sugere um regresso à reflexão filosófica e à busca de significados mais profundos na vida.

Em resumo, Sociedade Excitada constitui uma crítica à sociedade atual, em que a procura incessante de sensações e de prazer imediato substitui a reflexão e a busca de sentido, propondo a valorização da filosofia e da introspeção como caminhos para uma existência mais plena e significativa.

Christoph Turcke - Livros

Tudo é primário, tudo é conteúdo, tudo é performance, tudo é FOMO e uma sensação constante de frustração. Uma roda do rato infinita onde cada conteúdo/produto, ainda que adquirido aparece seguido de 8 novas sugestões e novas necessidades/frustrações. Não tem fim. Há sempre um mediador virtual a sugerir-te algo (omnipresente com a nossa permissão).

A nossa mente está grande parte do tempo sequestrada. Como chegamos a isto? E o nível de cansaço que isto provoca? Isto é um plano previamente pensado? Para quê?

Hoje sabe-se que a Geração Alpha (2010-2025) já mostra sinais de cansaço e questionam a relação com as redes sociais, dão prioridade à vida real em vez de se exporem excessivamente. Apesar de lidarem com a dopamina que os ecrãs dão, eles já tendem a afastar-se da superexposição. São nostálgicos de uma época que não viveram (o mundo pré-internet) e buscam um equilíbrio entre o mundo digital e as experiências reais.

Christoph Turcke - Imagens

É preciso treinar a esperança, voltar a ouvir e tentar compreender o outro, sair dessa autofagia mental.. talvez com jejum virtual. Parar de politizar tudo. Parar de querer consumir tudo (incluindo ideias). É preciso continuar a acreditar que podemos mudar as coisas.. na vida real, no dia-a-dia . Que a maior parte das pessoas estão cansadas de tudo isto ainda que nos façam parecer o contrário. 

Mais silêncio, mais partilhar as coisas simples, as nossas dores("um problema partilhado é meio problema"), partilhar o caminho da escola ou o treino com outros pais, voltar à natureza, falar com a cabeleireira, desabafar com amigos, férias com irmãos, clubes de leitura, sei lá...

Beijo no coração
Rita

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